A enurese é definida como a perda involuntária de urina.
Existe a diurna, que é definida como a incapacidade de manter-se “seco” durante o dia, sendo assim, caracterizado como incontinência urinária ou “xixi na calça”, e a noturna, que se caracteriza pela dificuldade de manter a continência durante a noite, ou seja, o famoso “xixi na cama”.
Em abas, são classificadas como sintomas, sendo assim, pode se dizer, que são situações geradas por alguma anormalidade no funcionamento normal do sistema miccional (“Sistema do xixi”).
Esse “escape sem querer”, relatado pelas crianças causa um enorme impacto negativo sobre a qualidade de vida da criança e dos seus familiares.
Segundo a literatura, aceitavelmente a enurese diurna ocorre até o 5º ano de vida e a enurese noturna até o 7º ano de vida, mais sabemos que o convívio escolar acaba acelerando o processo de desfralde e antecipando algumas etapas importantes para o amadurecimento deste sistema que é extremamente importante para o decorrer da vida de cada indivíduo.
Relata-se que esse transtorno é mais comum em meninos e até os cinco anos de idade.
Causas
As causas ocorrem por várias razões, ocorrendo desde a dificuldade de acordar quando a bexiga está cheia, à produção excessiva de urina durante a noite e hiperatividade vesical noturna e ingesta de líquidos em períodos inadequados do dia, além de fatores hormonais como a baixa de hormônio antidiurético.
Diagnóstico
Primariamente o diagnóstico é realizado de forma exclusiva, ou seja, atentando-se aos relatos do paciente e seus responsáveis, posteriormente aplicação de diário miccional, exames de urina e US de bexiga, ureteres e rins.
Tratamento
O tratamento desse tipo de paciente é multifatorial, ou seja, todos os fatores ou as possíveis causas devem ser estudados, quanto mais vertentes ao domínio do profissional, mais próximo do sucesso o paciente estará.
Primeiramente a terapia comportamental, onde o profissional sugere mudanças de hábitos, metodologias de ação nas adversidades, ou seja, o que fazer quando a situação está fora de controle.
Através de profissionais especializados, sugerir alimentos específicos e horários para que o paciente o consuma.
Terapia medicamentosa também é uma alternativa, diferentes princípios ativos atuam de forma especifica no problema desse paciente, alguns retardando o sinal miccional, outros melhorando a sensibilidade dessa estrutura para que esse paciente perceba a bexiga cheia. Lembrando que alguns desses medicamentos acompanham efeitos colaterais.
E finalmente a fisioterapia, que também tem como objetivo melhor a sensibilidade juntamente com controle, a fim de acelerar o processo de amadurecimento desse sistema, para que a autonomia e qualidade de vida estejam cada vez mais freqüentes na vida dos pacientes e seus respectivos familiares.
As técnicas mais eficazes são a cinesioterapia (exercícios) e principalmente o biofeedback, que de uma maneira lúdica acaba fazendo a criança treinar, afinar sua sensibilidade e coordenação de forma divertida, e na maioria das vezes sem perceber que está em um plano terapêutico.
Entretanto, a somatória dos pilares que promovem o amadurecimento do sistema miccional, geralmente acelera e proporciona um sucesso efetivo no tratamento da criança.
- Rae A, Renson, C: Biofeedback in the treatment of functional voiding disorders. Em Pediatric Incontinence, Evaluation and Clinical Management, editado por Franco I, Austin P, Bauer S, Von Gontard A, Homsy I. Chichester, John Wiley & Sons Ltd., 2015, pp. 145–152.
- MENESES, Rejane de P. Enurese noturna monossintomática. Jornal de Pediatria, v. 77, n. 3, p. 161-168, 2001.
- SOARES, Ana Helena Rotta et al. A enurese em crianças e seus significados para suas famílias: abordagem qualitativa sobre uma intervenção profissional em saúde. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 5, n. 3, p. 301-311, 2005.
